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Porque passei a participar das passeatas?

"Ouvi-me, vós que conheceis a justiça, povo em cujo coração está a minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis pelas suas injúrias." (Isaías 51 : 7)

Olá a todos!

Como descrever o que tenho visto acontecer nos últimos com o país onde nasci? Acho que antes preciso explicar algumas coisas.

Pela Graça do SENHOR sou cristão há 30 anos, antes disso fui simpatizante ardoroso do comunismo-trotskista, quando conheci o Evangelho e o Senhor JESUS tornou-se meu único e suficiente Senhor e Salvador rompi com o comunismo, mas minhas ideias referentes a liberdade, sociedade e justiça foram fortalecidas pela compreensão da Palavra de DEUS. Antes de conhecer o Evangelho e me render ao Senhor JESUS participei do movimento estudantil contra a ditadura militar, era apenas mais um menino no meio de milhares de outros, mas assim como eles eu tinha o sonho de ver um Brasil diferente, contudo vi o sonho se esboroar na força dos generais, na apatia do povo e a traição de alguns companheiros. Com isso não deixei de acreditar que devemos agir para alcançar um país mais justo para todos, mas sinceramente deixei de acreditar que o povo estivesse disposto a dedicar esforços para construir esse sonho.

Por anos segui crendo na justiça social como um ideal a ser alcançado, mas sinceramente não esperava que ocorresse alguma mudança no Brasil.

Quando estas passeatas começaram não acreditei que elas iriam impactar a nação e pensei sinceramente que era a expressão de partidos que repudio por serem de linha comunista (PSTU e PCO). Mas como no meu texto anterior (https://www.facebook.com/notes/victor-hugo-ramallo/ser-crist%C3%A3o-%C3%A9-ser-contra-a-injusti%C3%A7a/10200726813225639) na 4ª passeata as coisas mudaram, meu filho caçula disse que iria e eu fiquei preocupado. Mais que pastor ou um idealista sou pai, falhei muitas vezes como tal (sim, sou um ser humano), mas ao recordar dos riscos envolvidos nessas passeatas me preocupei com a segurança dele.

Eu sinceramente acreditava que seria uma causa perdida participar das passeatas.

Por quê?

Pelo que vi e vi quando era adolescente. Pelo que estudei sobre a história do Brasil. Pela sempre festejada passividade brasileira.

Sim deixei de acreditar que o brasileiro um dia iria despertar para construir um Brasil melhor e temia não só que meu filho fosse ferido, mas que também se frustrasse. Para mim uma sociedade mais justa era um ideal desejado e que não poderia começar a ser construído. Eu tinha desistido do Brasil. Seguiria crendo e ensinando que deveria ser buscado, mas pensava que era uma utopia e como toda utopia era algo inalcançável.

Na 5ª feira passada ao vivenciar tudo aquilo começou a despertar dentro de mim o desejo de ajudar a construir um Brasil melhor.

Passei o fim de semana escrevendo textos de apoio a mudança e claramente me posicionando contra a violência (seja da PM ou da população), mas dentro de mim crescia um conflito.

Deveria aderir além de um apoio intelectual? Regressar às ruas e apoiar presencialmente nas passeatas? Não sou mais um menino de 15 ou 20 anos, mas um senhor de 46 anos. O que eu estaria colocando em risco? Minha segurança física? Ora isso de fato não me preocupava. Mas o “bom-senso” me fazia pensar: “sou um pastor batista! Muitos me atacarão! Podem retirar o apoio ao projeto missionário que tenho construído desde 2006 na Bolívia!”

Ao mesmo tempo temia que partidos políticos imorais quisessem aproveitar tudo isso e usassem o povo como trampolim para seus projetos de poder, como o PT fez no passado.

Ao mesmo tempo crescia em mim a consciência que não poderia simplesmente ter ensinado por anos sobre compromisso social e dedicação em construir uma sociedade mais justa e me abster no momento que isso era clamado nas ruas de minha cidade.

Quanto aos temores que senti, me acalmei, pois sei que o SENHOR tem o controle sobre tudo e não posso crer que apoiar pacificamente o desejo de um povo por justiça possa ser visto como pecado e se pessoas não mais apoiassem o Projeto, ora se tal projeto é do SENHOR o sustento Ele mesmo providenciará e eu devo orar e amar inclusive pelos que porventura deixem de me considerar como amigo e até como cristão.

Por considerar tudo isso e após orar entendi que deveria me unir aos manifestantes e não somente apoiá-los intelectualmente.

E por ter refletido após essas duas passeatas entendo que devo deixar claro meu posicionamento, o que me fez a princípio ser reticente e não acreditar neste movimento e porque agora dou meu apoio e incentivo a todos os cidadãos (cristãos e não cristãos) também apoiem. Somente se as pessoas de bem forem às ruas poderemos manter essas passeatas pacíficas e apartidárias. É um clamor do povo e os poderosos precisam ser forçados a ouvirem a voz deste povo.

Um fraterno e esperançoso amplexo

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