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O que dizem os mórmons sobre o mormonismo?

Erroneamente muitos cientistas sociais e estatísticos entendem que o mormonismo é um ramo do grupo evangélico, assim como os batistas, os pentecostais ou os presbiterianos. A não inclusão do mormonismo no grupo evangélico não é uma “xenofobia” nossa como evangélicos para com os mórmons, mas apenas uma constatação do próprio credo deles e mais ainda é uma constatação do que eles mesmos dizem sobre o próprio grupo. O autor mórmon Gordon B. Hinckley afirma que os mórmons:

“São geralmente classificados como Protestantes, pois não são católicos. Na realidade, entretanto, não estão mais perto do Protestantismo do que do Catolicismo. Nem historicamente e nem por associação moderna, teologia ou prática podem eles ser agrupados com qualquer dos dois.”(1)

Tal afirmação é interessante, não somente por seu autor ser mórmon, mas por que tal livro foi publicado pela própria igreja mórmon logo é uma declaração com plena autoridade. Isso torna-se claro ao lermos as primeiras páginas desse livro:

“Uma pergunta honesta merece uma resposta honesta. “O que são os Mórmons?” Quem são eles? Em que acreditam? Qual é o seu programa? Qual a sua organização? Qual a sua história?Este livro constitui uma breve resposta a todas essas perguntas”(2)

Ou seja, o livro que ora usamos como referência está investido de autoridade e o que ele expõe é uma claríssima radiografia do pensamento e credo mórmon.

Percebam que Gordon B. Hinckley atesta em seu livro que o ensino mórmon é distante do ensino protestante (evangélico) e isso nos conduz a conclusão que o protestantismo e o mormonismo não possuem comunhão espiritual pois, se não há afinidade doutrinal percebe-se que a fé mórmon não é a mesma fé esposada pelos protestantes. Logo, aceitar o mormonismo como sendo um ramo do protestantismo (ou do evangelicalismo) é um erro, não podemos compreendê-los como sendo nossos irmãos de fé. O mais curioso é a forma como eles se definem:

“Constitui uma interessante anomalia da cristandade.”(3)

Se eles próprios se entendem como sendo uma anomalia dentro do cristianismo, como deveríamos compreendê-los? O que é de fato uma anomalia? Podemos compreender que anômalo é algo fora do padrão ou como sendo uma distorção do que é aceito como modelar. Quando o mormonismo se apresenta como sendo algo anômalo ao cristianismo isso significa que ele reconhece ser irregular quando equiparado ao padrão. Ora, assim sendo, quem exclui o mormonismo do cristianismo é o próprio mormonismo. O interessante é que ainda não efetuamos análise das doutrinas esposados pela Igreja Mórmon, mas apenas a opinião deles sobre o próprio grupo.

Talvez alguém possa dizer que a opinião acima expressa é esposada apenas por uma parte do mormonismo, ou quiçá por um único mormon, contudo devemos nos lembrar que este livro foi publicado pela p’ropria Igreja mórmon e também devemos frisar que o mormonismo possui uma sólida estrutura denominacional, assim sendo o credo de qualquer comunidade mórmon em qualquer ponto do planeta é sempre igual ao dos demais grupos mórmons.

“O mormonismo é fundamentalmente o mesmo em São Paulo e em Salt Lake City. Sua filosofia, seus ensinamentos, sua organização local, são idênticos no mundo todo.” (4)

Isto evidencia a característica monolítica (uniforme e centralizada) deste grupo religioso no que tange a doutrina e estrutura, assim sendo, fica claro que quando analisamos um livro norte-americano mórmon, como este que agora utilizamos, estamos analisando o mormonismo em qualquer lugar.

E qual é a conclusão final da opinião do mormonismo sobre o próprio mormonismo? Eles sabem que não são um grupo que possui comunhão espiritual com os evangélicos (também conhecidos como protestantes) e pelas suas palavras somos levados a vê-los como sendo de fato uma anomalia no panorama religioso mundial. O mormonismo é um grupo religioso que se insere no meio do cristianismo apenas por usar alguns elementos cristãos em sua aparência, mas ao analisarmos suas doutrinas (como o faremos em outros tópicos) perceberemos que tais elementos estão divorciados dos seus sentidos verdadeiros e podemos notar isso nestas palavras de Gordon B. Hinckley:

“Não obstante, tem sido muitas vezes considerados heréticos. Os credos formais e as confissões das igrejas romanas e protestantes não são encontrados em sua teologia. É natural que assim seja, pois o mormonismo não é um ramo de qualquer das igrejas da atualidade. Começa com os ensinamentos da Bíblia. Estes foram suplementados como que seus adeptos chamam revelação moderna. A combinação emprestou ao movimento sua força e sabor particulares.” (5)

É curioso como Hinckley reconhece que o mormonismo é considerado herético pelos grupos protestantes/evangélicos, grupos que, segundo o mesmo Hinckley, não são anômalos dentro do cristianismo. Logo em seguida lemos uma confirmação seu distanciamento bíblico quando admite que o mormonismo “suplementou” a doutrina bíblica com uma suposta “revelação moderna”. Mas, o que é suplementar? Vejamos como o dicionário define tal termo:

suplemento – parte que se adiciona a um todo para ampliá-lo, esclarecê-lo e/ou aperfeiçoá-lo.”(6)

Tornar a Bíblia mais perfeita? Adicionar algo à Bíblia e dizer que crê nela como sendo a Palavra de DEUS e dizer-se cristão?

“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; ” – Apocalipse 22.18(7)

Ora ao afirmar que o mormonismo “suplementou” (acresceu) algo à doutrina bíblica Hinckley está declarando, com aprovação da Igreja mórmon, que o mormonismo visa aperfeiçoar a Palavra de DEUS, ora como pode o homem aperfeiçoar algo que DEUS fez? Pode a mente do homem compreender plenamente os desígnios de DEUS?

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de DEUS! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” – Romanos 11.33-36 (8)

O texto bíblico é claro em afirmar a superioridade da mente de DEUS e do seu saber. Se eu creio que a Bíblia é a Palavra de DEUS e aceito sua autoridade como posso ignorar tal princípio exposto em Romanos? Como posso aceitar que qualquer um possa pretender acrescer algo ao seu ensino?

Se aceito a idéia do acréscimo acabo defendendo o conceito de que a Bíblia seria imperfeita. Mas, se ela é imperfeita como saber o que é e o que não é a Palavra de DEUS dentro da Bíblia? E mais como teria eu, ser assumidamente imperfeito, capacidade de perfeitamente detectar o que é inspirado e o que não é? Fora estas questões ainda veremos, em outras matérias, o quão estão desviados os ensinamentos do mormonismo da verdade bíblica .

Victor Hugo Ramallo, pastor

Notas de rodapé

[1] – Quem são os mórmons? – Gordon B. Hinckley, pag. 11.

[2] – Quem são os mórmons? – Gordon B. Hinckley, pag. 07.

[3] – Quem são os mórmons? – Gordon B. Hinckley, pag. 14.

[4]- Quem são os mórmons? – Gordon B. Hinckley, pag. 15.

[5]- Quem são os mórmons? – Gordon B. Hinckley, pag. 24.

[6]- Mini Aurélio – verbete “SUPLEMENTO” – pg. 654

[7]- Bíblia Sagrada (SBTB)

[8]- Bíblia Sagrada (SBTB)

Bibliografia

  • Hinckley, Gordon B. – Quem são os mórmons (Estudo resumido da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias) – editado em 1963 e publicado pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

  • Aurélio Buarque de Holanda Ferreira – Mini Dicionário Aurélio – Editora Nova Fronteira – 4a. edição – 2a. impressão

  • A Bíblia Sagrada – Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original – Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil

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