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A Igreja num mundo globalizado

O mundo em que vivemos foi abarcado por um processo que convencionou-se denominar com "globalização". Tal palavra está constantemente sendo citada nos noticiários, tanto da imprensa escrita, como da televisiva e a da "virtual" (WEB). Nas conversas entre amigos, no almoço, em casa e até nos bares a palavra "globalização" marca forte presença e mesmo, que muitos não sejam especialistas no assunto (assim como eu), todos a incluíram em seu "vocabulário pessoal". O próprio conceito de globalização está até presente nas igrejas, seja nas mensagens, nas aulas da Escola Bíblica Dominical e até nas conversas entre os irmãos.

Não pretendo aqui discorrer, com profundidade acadêmica, sobre os conceitos econômicos, sociais e políticos que envolvem o processo de globalização, apenas analisar o quanto este processo afeta a vida da Igreja e as relações espirituais. Ora, tal conceito surgiu há alguns anos atrás e vem ganhando força, em síntese podemos entender que globalização é gerar uma infra-estrutura de alcance mundial onde os fatos ocorridos em qualquer parte do mundo repercutam de forma sensível, profunda e rápida todo o resto do mundo. Se a bolsa de valores de Tóquio tem uma queda em seus índices econômicas as bolsas do Brasil e da Argentina são afetadas, podemos dizer, de forma mais simples, que se Tóquio espirra o Brasil assoa o nariz.

Os governos mundiais tem feito um grande esforço para levar a população a acreditar que tal processo não só é irreversível, como necessário e benéfico a todos os seres humanos. Seus discursos, se forem aceitos como plena verdade, podem nos levar a crer que a globalização nos conduzirá, como humanidade, a um estágio de paz e prosperidade sem comparação. Um estágio onde todos seremos felizes, prósperos e viveremos em paz. Um paraíso.

Será isso verdade? Terá a humanidade descoberto o caminho de para o equilíbrio e para a felicidade?

Alguns apontam alguns benefícios evidentes para afirmar que a globalização é a panacéia (cura para todos os males) da humanidade. Entre tais benefícios são citados a internet, a abertura de fronteiras e o foco econ6omico em mercados comuns que abrangem áreas geográficas cada vez maiores. De fato a internet pode ser uma ferramenta muito útil (eu a utilizo para publicar está matéria) e com certeza pode-se fazer muito bem às pessoas através dela, contudo ela é tão somente uma ferramenta e, como tal, pode ser bem ou mal utilizada apenas dependendo do seu usuário. A mesma internet que permite que a relatórios médicos sejam enviados rapidamente de um ponto a outro do mundo promove a pornografia, a pedofilia e outras barbaridades. Assim sendo ela, per si não é boa ou má mas depende da sua utilização, contudo ela favorece diretamente apenas uma pequena fatia da população mundial e mesmo que no futuro venha a ser tão popular com o a televisão ou o rádio, ainda assim pode causar males sociais como os supra-citados e outros mais.

Será que todos estes possíveis benefícios estão pavimentando o caminho que conduzirá a humanidade a uma era de felicidade, paz e prosperidade?

Esses mesmos governos e formadores de opinião que divulgam o processo de globalização sabem que a paz humana demanda mais que pão e dinheiro. Demanda satisfação pessoal. O império romano já tinha essa noção e desenvolveu o conceito de "pão e circo" para as massas a fim de mantê-las sob controle. Dava-se comida e diversão ao povo afim de que este não se subleva-se. Roma desenvolveu rotas de comércio e comunicação e criou, dessa forma, um mercado que abrangia o mundo então conhecido e a uma forma de comunicação (a implantação do latim como idioma imperial) que fazia funcionar este império e este mercado. Podemos dizer que era uma "internet"da época. O império romano preocupava-se em implantar nos seus domínios o conceito de "pax romana", contudo mesmo há mais de 2.000 anos atrás eles já sabiam que somente pão é circo não seria suficiente para a implantação de tal paz.

Roma sabia da necessidade religiosa do ser humano e quando conquistava um povo lhe permitia que mantivesse sua religião nativa, apenas requerendo que incluísse o culto a César nela, assim apresentava uma versão mais ampla do conceito "pão e circo" tornando-o "pão, circo e religião". Devemos entender que a felicidade humana não está somente nas satisfações materiais, mas também na paz de espírito e que para tentar alcançá-la muitos se utilizam da religião.

Ora os governos e os formadores de opinião já sabem que apenas satisfazer o aspecto material da vida não é suficiente para promover a felicidade pessoal. É necessário que o ser humano esteja em paz consigo mesmo e que sua consciência lhe diga isso. Essa é a causa do surgimento dos movimentos religiosos. O ser humano fica inquieto consigo mesmo por perceber que há algo maior que a sua consciência e logo necessita preencher esse algo maior. Nesse afã em busca da paz o ser humano cria religiões que visam, através de seus rituais e códigos lhe dar a sensação de paz. O homem se esforça (em alguns até o limite máximo) para agradar esse "algo maior". Será que os divulgadores da globalização estão cegos a este importante ponto da equação da felicidade humana? Com certeza não.

No processo de globalização requer-se que cada um dispa-se de seus bloqueios e abra-se para o bem comum do globo. Os governos eliminam fronteiras, taxas alfandegárias e restrições comerciais. Mas, o que fazer com as religiões. Num mundo globalizado, que caminha para um governo único, mercado único e moeda única pode conviver com diferentes religiões? Não seriam elas impeditivos para o pleno estabelecimento de um mundo globalizado?

Já há muitos anos tem existido esforços em prol da união das religiões. O movimento ecumênico é um exemplo disso, o Concílio Mundial de Igrejas é outro. O Vaticano, através do papa João Paulo II, tem feito esforços notáveis nesse sentido buscando aproximar-se dos evangélicos, dos protestantes, dos ortodoxos, dos judeus, dos hindus e até dos muçulmanos. Contudo nos últimos anos surgiu um projeto, apoiado pela ONU, que busca aproximar todas as religiões do mundo. O primeiro ponto da pauta é enfocar a tolerância entre todos os segmentos religiosos existentes, para tal o processo básico é tentar encontrar pontos comuns entre tais segmentos e valorizá-los em detrimento de possíveis diferenças. Assim que tal processo inicial for alcançado ter-se-á atingido um "código religioso" aceito por diferentes segmentos e que podemos denominar de "religião mundial" ou "religião globalizada". Essa "religião globalizada" conterá um credo mínimo e que exatamente por ser mínimo será aceitável a todo o ser humano que busca apaziguar sua alma através da religião.

Mas que religião será essa? Como será possível conciliar credos tão diversos? Se as religiões serão minimizadas até apenas conterem os itens em comum entre todas poderá tal religião ser efetiva? E mais o que de fato torna efetiva uma religião? Há alguma religião que de fato possa trazer paz real ao ser humano?

A religião é um esforço humano de agradar a divindade/força/energia e encontrar a paz de espírito. Ora, se entendemos que exista um Criador que nos fez o que pode fazer o homem para agradá-lo? Nada. Como diria o compositor evangélico Maurão: "A religião poder ser uma boa, mas não leva ninguém para o Céu!".

Quando o homem busca a paz de espírito através da religião, ele de fato não quer fazer as pazes com o verdadeiro Criador mas auto-justificar-se e dizer que já fez tudo que pôde para ser "salvo" (e aqui entenda-se o conceito de salvação da forma mais ampla possível) e assim se auto-congratular por ter sido tão bom e tão sábio a ponto de merecer a salvação. Ora, quanto menor e mais exígua for a lista de critérios de uma religião, mas facilmente pode-se alcançar a pseudo-salvação (e aqui entenda-se o conceito de salvação dentro dos parâmetros bíblicos) que oferece tal religião. Ora, analisando o projeto de "religião globalizada" podemos perceber que a sua "lista de critérios" será menos que mínima (se é que me permitem usar aqui tal expressão) e assim satisfaz mais ainda a mente e coração humanos, mas de fato não o aproxima de DEUS, o Criador do Universo.

Na Palavra de DEUS, a Bíblia, lemos que "todos os homens pecaram e que carecem da glória de DEUS" (Romanos 3.23) pois a prática de pecado impede o homem de se comunicar com DEUS (Isaías 59.2) e que a salvação do homem não vem de ação humana afim de que ninguém possa de vangloriar de a ter alcançado(Gálatas 2.16). Na Bíblia fica claro que o homem per si não tem a menor condição de se salvar ou de agradar a DEUS sem cumprir a vontade do próprio DEUS (I Tessalonicensses 4.1) e isso invalida o esforço religioso, o conceito de religião e essa religião globalizada que nada mais é que um culto antropocêntrico (centrado no homem). Lemos que o que deve ser feito para aproximar-se de DEUS é reconhecer-se pecador (Isaías 6.5),e esse conceito com certeza será riscado de uma religião globalizada, e render-se aos pés de JESUS, o CRISTO de DEUS (Romanos 6.3 e 12.1 e 2), o próprio DEUS Encarnado (I João 4.2). O que define se um ser humano será ou não salvo não são suas teologias, doutrinas, ações, moral ou ética, mas a relação deste com JESUS. O salvo é, de forma plena e consciente, submisso ao senhorio JESUS e se compraz em fazer a vontade dEle, a sua religião não é um caminho para atingir a DEUS e a salvação (estar para sempre na presença de DEUS livre de todo o mal que possa haver), mas uma conseqüência dessa experiência. O salvo não o é em decorrência de sua opção religiosa, mas apesar dela. O salvo não define critérios para agradar a DEUS mas submete-se de bom grado aos critérios definidos pelo próprio DEUS.

O processo de globalização de fato é algo que não pode ser interrompido, mas não pelo fato de ser um sucesso ou o caminho certo para o sucesso, mas apenas por assim estar profetizado na Bíblia. O comércio centralizado, a ciência que devia manifestar a grandeza de DEUS tornando-se ímpia, os seres humanos cada vez mais amantes de si mesmos, o relativismo moral e ético, a unificação governamental, a rejeição do senhorio de DEUS e tudo isso que compõe (seja de forma aberta ou velado a globalização) já estava profetizado na Palavra de DEUS. O próprio conceito de religião global antropocêntrica apenas aponta para o processo de condenação que a humanidade lança sobre si mesma.

Se a igreja será afetada pela globalização? Bom aqui devemos diferenciar a Igreja da igreja. A primeira é composta por todos os salvos, de todos os tempos e de todos os lugares, esta permanecerá fiel aos princípios bíblicos e a DEUS e mesmo com dano próprio não se afastará do padrão estabelecido por DEUS (Salmo 15), a segunda é composta por seres humanso que estão vinculados às denominações ditas cristãs. A segunda engloba a primeira, mas a a primeira não se deixa conspurcar pela sesegunda. Muitos nesta segunda ("igreja" com "i" minúsculo) já tem aplaudido, apoiado e trabalhado em prol dessa apóstata e blasfema religião globalizada, e isso também havia sido profetizado.

O quê este processo de globalização pode afetar a Igreja na esfera espiritual?

Talvez alguns cristãos incautos e iludidos por seus líderes humanos possam vir a acreditar que tal religião globalizada é uma forma válida de se relacionar com DEUS, assim como alguns cristãos aceitam como válido o controle que a China comunista exerce sobre os cristãos quando esta cria igrejas submissas ao estado, que tem líderes somente fiéis ao estado e doutrinas definidas pelo estado.

Não se pode ter certeza de quando JESUS virá buscar Seu povo, contudo sabemos, com absoluta convição, que Ele virá. A Bíblia nos informa que nos anos que antecederem a Sua vinda ocorrerá uma perseguição aos cristãos pela sociedade mundial que nos parece não mais será separada por fronteiras, moedas, governos ou religiões. Com certeza no processo de implantação desta religião globalizada os que não a aceitarem, e nenhum cristão fiel a aceitará, os contrários serão tidos como estorvo, inimigos do bem comum, fundamentalistas e reacionários, e, com certeza, num momento no futuro (que não sabemos quando será) também estes serão tachados de inimigos do estado e serão tratados como tal, assim como foi feito na Roma Antiga. Como aqueles foram mortos pelos homens ímpios e contrários à vontade de DEUS em prol da "paz romana" estes também o serão em prol da "paz globalizada".

Serão mártires por a amor a JESUS e a Sua Palavra.

Pensemos nisso

Em CRISTO

Victor Hugo Ramallo, pastor

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