Hooligans virtuais
- Victor Hugo Ramallo
- 20 de ago. de 2015
- 3 min de leitura
Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens. (Tito 3.2)
Sou torcedor do São Paulo Futebol Clube desde que me entendo por gente. Isso significa que sou um são-paulino há mais de 40 anos, quando menino fui fanático de chorar por meu time quando eles não conseguiram ganhar um campeonato e claro ainda garoto me envolvia em acaloradas discussões sobre jogos, jogadores, vitórias, títulos e outros temas correlatos. Hoje aos 48 anos de idade ainda torço para o mesmo time, mas como era de se esperar não me envolvo em brigas por futebol, isso é tolerável para os meninos.
Infelizmente algumas pessoas acentuam esse lado beligerante com os anos e alguns se tornam o que se denomina “hooligans” (“vândalos” em inglês), aqueles torcedores ingleses violentos e selvagens que se embebedam e saem quebrando tudo e todos pelo seu caminho em nome do “amor” por seu time de futebol.
É claro que a sociedade civilizada repudia tal comportamento e não aceita que se use de violência ou agressividade para impor seu gosto ou opinião sobre as demais pessoas.
Infelizmente com a popularização das redes sociais vem ganhando força um novo tipo de comportamento agressivo, podemos denominar de “hooligan virtual”.
Não me refiro aos não-cristãos. Estou escrevendo sobre pessoas que se declaram cristãs.
Parece algumas pessoas se deixam levar por seus gostos e opiniões pessoais e incorrem no pecado de escrever textos agressivos e até ofensivos direcionados às pessoas que não pensam como eles.
Isso começou a ser percebido quando os posts eram sobre esportes. Víamos uma sucessão de uso de termos ofensivos e chulos entre torcedores de times diferentes e quando esses irmãos eram questionados sobre tal comportamento alguns diziam que era “brincadeira”, mas não me recordo de nenhum texto bíblico que nos autorize tal comportamento se “estivermos brincando”, mas uma parcela dessas pessoas nos acusava de “puritanos” (se soubessem que isso na verdade é um elogio para um cristão sincero!) e não aceitavam a exortação.
Com o passar do tempo esse comportamento foi se alastrando e atingiu o campo político e então pessoas de diferentes segmentos políticos, mas todas se declarando cristãs, começaram a trocar designativos que não podem ser considerados como elogios.
No momento a “moda” é a troca de ironias ácidas, excomunhões e até mesmo ofensas entre alguns calvinistas e alguns arminianos. Vejo em minha timeline pessoas cristãs, pelas quais nutro afeição e respeito, “trocando tiros” e atacando não só a forma de pensar diferente, mas as pessoas que pensam diferente.
Não subscrevo nem o calvinismo e tampouco o arminianismo, entendo que as duas escolas teológicas não respondem algumas questões, contudo o que me preocupa no momento é que esses irmãos estão desenvolvendo uma “guerra fraticida” e que isso não tem sido em nada abençoador para os demais irmãos em CRISTO.
É claro que podemos discordar e expor, de modo cristão, nossa discordância. Podemos ser incisivos em nossos argumentos quando estes se restringem somente aos argumentos do “outro lado”, mas como cristãos não podemos compactuar com agressividade (mesmo quando é disfarçada de ironia).
Me entristece ver esse comportamento.
Não somente é uma somatória de atitudes que não podem ser associadas ao caráter cristão e em nada tem edificado o corpo de CRISTO como tampouco tem produzido algum resultado positivo para resolver as diferenças entre os simpatizantes dessas duas escolas teológicas.
O comportamento de alguns desses irmãos (tanto os calvinistas como os arminianos) não manifesta o amor de CRISTO, mas nos passa a ideia de prepotência e tentativa de impor um ponto de vista. Não pretendo julgar os irmãos que assim agem, mas exortá-los a que deixem esse comportamento e busquem o diálogo cortês e amistoso (em suma, uma conversa cristã).
Gostaria muito que tais irmãos percebessem que os amo em JESUS e que não escrevo este texto para ataca-los, mas para leva-los a reflexão e assim a mudarem uma postura que não tem sido positiva.
Pensemos nisso
No amor e na sabedoria do Senhor JESUS
Victor Hugo Ramallo,
Um pastor batista-conservador.

A foto acima mostra de modo claro como é possível que um ato de paz seja mais poderoso que muito poder militar. Se você não conhece essa foto ... me mande uma mensagem que eu a explico.
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