Meu lugar no Reino
- Victor Hugo Ramallo
- 12 de nov. de 2015
- 4 min de leitura
Atualizado: 29 de dez. de 2023

É necessário que ele cresça e que eu diminua. (João 3.30)
Quem disse isso?
Ao lermos com calma o Evangelho vemos que o texto é uma resposta de João Batista (v26) a um questionamento de seus discípulos com relação ao Senhor JESUS. João reconhece autoridade do Senhor JESUS e que a posição no Reino dele deveria ser menor e ir decrescendo, pois apenas o que importava é que o Senhor JESUS fosse glorificado e engrandecido.
João Batista nos deixa o exemplo que aquele que serve dentro do Reino deve viver de tal modo que apenas o Senhor JESUS esteja em evidência. E o que falou o Senhor JESUS respeito de João Batista?
"... não há maior profeta do que João, o Batista;" (Lucas 7.28)
Mas esse mesmo homem tão considerado pelo Senhor JESUS não se enxerga como importante e não arroga para si títulos ou posições, mas entende que no Reino somente um pode ter destaque e esse é o Cordeiro que foi morto e ressuscitou. Outra forma de pensar deve ser considerada uma ação inimiga do Rei e do Reino.
Se formos estudar outros exemplos como homens de DEUS se apresentaram?
É verdade que o apóstolo Paulo nas suas cartas iniciou várias se apresentando como "apóstolo", mas fica claro que para ele tal termo não era um título, mas o claro significado de sua função. Ele tinha plena convicção que era um homem enviado por DEUS para anunciar o Evangelho e deixa isso claríssimo, mas ele usa outros dois termos "servo" e "prisioneiro", mostrando como ele se enxergava dentro do Reino. Ele se via como um servo e não como um "poderoso líder". Tiago usa igualmente o termo "servo", Pedro se apresenta como "apóstolo e servo" e João usa "presbítero" (ancião). Esses homens que foram usados por DEUS para escreverem a Sua Palavra não se colocaram como importantes no Reino, mas reconheceram que no Reino o importante é o Rei e esse é o Senhor JESUS.
Esse pensamento norteou por muito tempo a mentalidade dos cristãos e isso refletia em como a Igreja vivia a Palavra de DEUS. Havia singeleza em seus corações (Atos 2.46).
Contudo, em nossos dias, tal qual no auge do domínio exercido pela apóstata ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana), o que vemos é uma profusão de pessoas buscando ostentar títulos e posições dentro das estruturas denominacionais como se os mesmos refletissem o lugar deles no Reino de DEUS.
Hoje temos a mais variada coleção de títulos, num passado não muito distante nas igrejas locais encontrávamos apenas pastores e diáconos e nos irmãos presbiterianos os presbíteros, mas surgiu na mente e na vontade de alguns líderes o desejo de serem reconhecidos de modo mais notório que somente o termo "pastor", começaram a referir a si como "bispos", depois de um tempo isso já não era mais suficiente e então usaram o termo "bispo-primaz" que significa "bispo-principal". Eles passaram a utilizar o mesmo termo que o líder dos papistas requer para si.
Não suficiente começaram a querer que os reconheçam como apóstolos, uma tolice, pois o último apóstolo a ser chamado pelo Senhor JESUS foi Paulo de Tarso, e depois disso vieram outros termos como "paipóstolo" um tolo neologismo que em seus devaneios significaria o principal dentre os apóstolos, pois já existem diversos que indevidamente se declaram apóstolos (na verdade, em alguns casos com uma taxa polpuda em dólares você pode adquirir o "título" de apóstolo). E depois disso surgiram patriarcas, arcanjos e não tenho ideia de onde a imaginação corrompida de homens ávidos de poder e bens que se travestem de líderes na Igreja, mas apenas são lobos rapaces que usam o nome do Senhor para satisfazer seus desejos carnais.
Alguns começaram a usar vestes extravagantes e cheias de pompa, tal qual fazem os líderes da ICAR, cobram caríssimo para "ministrarem suas unções e bençãos" (e a cada dia inventam uma nova "unção" ou "benção", pois precisam manter o caixa cheio e a plateia entretida) e chegam aceitar que seus seguidores os idolatrem.
Quanta diferença desses homens com João Batista e os verdadeiros apóstolos. Esses homens de hoje que fundam suas religiões e dizem que são igrejas cristãs apenas querem receber honra, glória e dinheiro. Sobre esses tais o destino já é definido na Palavra de DEUS:
Os quais vos diziam que nos últimos tempos haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que a si se separam, sensuais, que não têm o Espírito. (Judas 19 e 20)
Aquele homem chamado pelo SENHOR para servir no Seu Reino não o faz por fama, fortuna, poder humano e conforto. O faz por obediência, essa obediência o leva a entender cada vez mais que sua função no Reino é servir. Quando homens se colocam numa posição de serem venerados e o fazem dizendo que estão servindo DEUS, são apenas mentirosos, pois enganam as pessoas, são ladrões, querem roubar para eles a glória que é exclusiva de DEUS, são blasfemos já que atribuem a DEUS suas mentiras, são tolos e conscientemente ignoram que o SENHOR os julgará por isso.
Contudo, devemos frisar que aqueles que aceitam esses impostores como líderes dentro do Reino de DEUS não são vítimas inocentes, mas cúmplices no pecado. As pessoas que seguem tais líderes podem até, em alguns casos, terem sido enganadas a princípio, mas depois de um tempo se de fato estivessem buscando a DEUS eles estudariam a Sua Palavra e veriam que o ensino desses líderes não passa de mentira, mas fica evidente que ou eles não estudam a Palavra (negligência) ou simplesmente seus interesses são compatíveis com os desses líderes e, portanto, os pecados aplicáveis aos líderes também são aplicáveis aos seguidores.
Pensem nisso
Um fraterno amplexo

Victor Hugo Ramallo
Pastor batista conservador independente
IB Missão Vida
Taboão da Serra - SP
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