A verdadeira metanóia

Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade. (Fil 2.13)

Volta e meia surge uma nova “moda” nos arraiais evangélicos, as vezes é grotesca e absurda como os “dentes de ouro”, o G12 e o “cair no poder”, em outras se reveste de “fórmulas de crescimento eclesiástico” e ai temos a Igreja com propósitos, rede ministerial, MDA e outros.

Alguns usam nomes pomposos e outros são frutos de devaneios humanos (lembro do “poiketik” e seu “redemoinho de poder” que assolou Jundiai e região há uns 30 anos), a moda agora parece ser usar termos gregos ou hebraicos. Qual seria o propósito disso?

Penso que a razão básica é uma estratégia de marketing (que pode até ser mascarada com pseudo revelações), eu mesmo, junto com minha família, tenho desenvolvido desde 2005 um projeto missionário na Bolivia que usa a abreviatura PAI (Projeto de Apoio à Igreja) por entender que é fácil de memorizar e expressa ideia de cuidado e apoio de um pai aos filhos, mas penso que esses modismos de crescimento eclesiásticos usam alguns nomes para chamar a atenção. Promover algo “radical”!

Olha, depois de mais de três décadas servindo ao SENHOR já vi muitas dessas modas (bizarras ou não) surgirem e desaparecerem.

E você que está lendo pode perguntar: “Então qual é o problema pastor?”

O problema é o estrago que deixam. Tais movimentos e modismos geram expectativas e deixam de resquício confusão, divisão, dor e frustração.

Esperar que uma metodologia realmente leve pessoas a se renderem ao Senhor JESUS equivale a rejeitar a ação do Espírito Santo. Não devemos confiar em estratégias, nossa função como servos do SENHOR é anunciar o Evangelho e buscar viver sob orientação do Espírito Santo. Supor que uns dias num acampamento farão mais efeito que uma vida de compromisso com o SENHOR é na melhor e mais otimista hipótese algo muito ingênuo.

(Sobre ingenuidade minha mãe já me dizia que depois de uma idade deixa de ser ingenuidade e se torna burrice, e eu concordo plenamente com ela).

Acampamentos, cursos, retiros, psicodramas, emocionalismo, atividades e mais um monte de coisas eles fazem querendo levar os “crentes” a “verdadeira conversão” é pura tolice. Esforço humano que intenta, sem sucesso, substituir algo que é ação do Espírito Santo.

Eles esquecem que quem dá o crescimento é o SENHOR (I Cor 3.6).

Nossa função é anunciar o Evangelho e viver o Evangelho (sim estou me repetindo!), essas estratégias de marketing (refugo das visões corporativas) são um insulto ao SENHOR.

A verdadeira metanóia (mudança de mente) acontece na conversão, ou seja, quando somos levados pelo Espírito Santo a entender a verdade da Palavra e pela fé nos rendemos ao senhorio do Senhor JESUS e então por Graça somos salvos.

Se a pessoa está na igreja local e não passou por isso ela pode fazer o que for e exercer qualquer função, mas ainda não é salva e não será um retiro que a levará a experimentar a salvação.

E a clara compreensão da enormidade da pecaminosidade que deve levar a pessoa a constatação que está perdida e precisa do Salvador, ai ela será levada a entender que se não se render Ele não será seu Senhor e Ele somente salva aqueles que se somente a Seu senhorio.

Retiros são bons para descansar e pensar, talvez em um retiro cristão (sem psicodramas, sem manipulações psicológicas, sem modismo) alguém possa ser levado pelo Espírito Santo até a conversão, mas não será o acampamento ou a metodologia e sim a ação do SENHOR.

Eu como cristão preciso passar por uma nova metanóia?

É claro que não! Apenas preciso me submeter mais e mais ao meu SENHOR e Ele me guiará no que devo fazer e viver.

Qualquer coisa fora disso é pura religiosidade, e como toda religiosidade é apenas esforço e vaidade.

As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne. (Col 2.23)

Pensem nisso

Um fraterno amplexo

Victor Hugo Ramallo,

Serve como pastor em IB Missão Vida

E Coord. Geral do PAI-Bolivia

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