Batismo de infantes
- Victor Hugo Ramallo
- 3 de fev. de 2021
- 3 min de leitura

Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. (Marcos 16.16)
Uma parte dos reformados ainda hoje defende que seja ministrado o batismo de bebês (pedobatismo). Encontramos tal postura entre os reformados de linha presbiteriana, luterana, anglicana, alguns grupos metodistas e outros, eles assumem que a criança pouco tempo depois de nascida deve ser submetida ao batismo. Efetivamente eles não são defensores que o ato batismal esteja vinculado a salvação do batizando, são os papistas que, seguindo a perspectiva teológica do Vaticano, defendem a heresia do batismo salvífico.
É claro que cada um desses grupos dentro do segmento reformado tem seus argumentos e perspectivas teológicas para "defender" seu posicionamento.
Um dos argumentos que já ouvi para validar tal prática, é que posto que o batismo de infantes não tem apoio nos textos que compõe o Novo Testamento deve-se entendar que esta prática seria a equivalente ou substituta da circuncisão hebraica.
Alguns afirmam (o próprio rev. Augustus Nicodemos, a quem muito aprecio, o faz) que a substituição ao ato da circuncisão é o batismo, ou seja, que assim como a circuncisão era uma marca de fé ou ato de fé que identificava o hebreu como pertencente ao povo de DEUS, o batismo é a marca ou ato de fé que identifica o cristão.
Bom, temos uma situação muito interessante, pois a circuncisão, por razões lógicas e anatômicas, era e só pode ser aplicado a meninos e nunca a meninas (não confundam a mutilação genital que ocorre em alguns grupos islâmicos como sendo o equivalente da circuncisão), logo o ato de fé ou marca de fé não seria aplicável às mulheres. Isso significa que elas estariam fora do que era definido no AT como povo de DEUS? E, sendo assim, como entender essa lógica de substituição da circuncisão pelo batismo quando aplicado ao sexo feminino?
O rev. Nicodemus defende que posto que não há, na perspectiva dele, uma supressão ou proibição da circuncisão no texto neotestamentário e que o batismo "substitui" a circuncisão o certo é então batizar as crianças (bebês).
Se assim for como explicar que os apóstolos bartizaram milhares de judeus piedosos logo após a pregação do apóstolo Pedro no dia de Pentecostes?
Oras, eles eram hebreus e não somente hebreus mas eram pessoas devotadas às práticas religiosas e a devoção a DEUS (Atos 2.5), seguramente os homens entre esses hebreus eram circuncidados. Se a circuncisão não foi abolida porque eles foram então batizados?
A razão é simples, a circuncisão não era um ato voluntário e era apenas formal, ou seja, não havia no que era submetido a tal ato uma convicção de pecado e um desejo de submeter-se ao SENHOR (assim como é o batismo de infantes). O batismo é para aqueles que acreditam no Senhor JESUS e no Seu Evangelho.
Os apóstolos, muitos antes do apóstolo Paulo tratar dessa questão de modo mais acurado, são guiados pelo Espírito Santo a não considerarem como válido o ato da circuncisão como sendo um símbolo na fé, a circuncisão era parte de uma religião que estava sendo substituída pelo verdadeiro relacionamento entre DEUS e os homens. O relacionamento é na submissão voluntária do ser humano ao senhorio do Senhor JESUS. É de se frisar também que os judeus que foram submetidos ao batismo não questionaram tal ação e não defenderam a validade de seu ato de circuncisão e que lá em Atos 15. 28 e 29 ficaria claro que a circuncisão não seria aplicável aos gentios (nós, os cristãos não judeus).
Desse modo não me parece coerente ou lógico supor que a circuncisão, que vigorou entre o povo de DEUS nos tempos antes do que denominamos como Período da Graça, seja considerada equivalente ao batismo de bebês. Não é. A circuncisão era somente para os hebreus, não para nós Igreja, logo as regras que valiam para uma prática não valem para a outra.
O batismo é para os que creem e assim professam.
Respeito os irmãos de linha reformada que defendem o batismo de infantes, mas eles estão equivocados nesta questão.
Um fraterno amplexo
Victor Hugo Ramallo, pastor
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