Papéis, papéis e somente papéis
- Victor Ramallo
- 29 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. (Mateus 5.48)

Tem sido, para mim, uma presente tristeza e preocupação o comportamento e mentalidade parte dessa nova geração de pregadores, teólogos e pastores (a geração que nasceu em 80 e 90).
Parece que eles cresceram sob uma perspectiva social que não se opôs a eles, alguns foram mimados por pais, escola e sociedade em geral. A falta de alguém que lhes diga "não" ou que lhes mostre que eles não são o "melhor do mundo" acabou forjando (e em muitos casos isso aconteceu) um tipo de pessoa que não aceita estar errada e que não aceita que digam que o que ela produziu não é bom.
Também percebo que parte dessa geração trocou o aprender do SENHOR nas lides ministeriais pelos bancos acadêmicos e parece que isso os levou a acreditar que ter um armário ou parede repletos de papéis que dizem que eles têm esse e aquele título os torna realmente capazes de serem bons ministros do Evangelho.
Penso que foram esses fatores todos somados que levaram alguns dessa geração a agirem de modo arrogante e pouco preocupado com a santidade. Até mesmo nas suas publicações nas redes sociais usam linguajar agressivo e muitas vezes chulo, algo que não é compatível com o Fruto do Espírito Santo.
Permita que eu explique, não sou contra alguém ter tantos diplomas, isso não é errado e nem é um problema ou pecado.
O problema é achar que alguém pode aprender a servir o SENHOR sentado num banco e muitas vezes ouvindo um professor que nunca serviu em igrejas locais ou em missões.
O problema é achar que essa coleção de papéis confere a um homem a capacidade de servir o SENHOR. Sim, ela pode ser útil, mas sem a experiência de ter servido nas igrejas locais e nos campos missionários o conhecimento acadêmico é de pouquíssima serventia.
É a ausência de real experiência servindo de modo prático junto a igreja local que os têm levado alguns dessa citada geração a se expressarem de modo soberbo, agressivo e acharem válido usar palavrões e comentários que se aproximam muito da vulgaridade e antes eram pronunciados apenas por aqueles que não professavam a fé no Senhor JESUS.
O que fazer?
A primeira coisa é reconduzir esses irmãos (sim, eu creio que eles são cristãos) aos bancos. Não das instituições acadêmicas, mas aos bancos da igreja para que ouçam a Palavra de DEUS ensinada por homens que de fato tem vivido para servir o SENHOR, e, depois disso, acompanhá-los no processo de aprendizado no campo, nas lides ministeriais, no cuidado diário com as ovelhas em suas dores e lutas, e o cuidado com pessoas diversas que, cristãs ou não, buscam aconselhamento pastoral. Depois que toda essa experiência quebrantar o que é necessário, então tudo o que aprenderam será devidamente filtrado pelo Espírito Santo e, assim, o ministério deles será realmente útil para as pessoas e será usado por DEUS no seu reino.
Oremos por isso,
Um fraterno amplexo
Victor Hugo Ramallo, pastor
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