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Por que eles fazem isso?


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Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! (I Coríntios 9.16)





A tendência natural do ser humano e dedicar-se a questões que requerem energia e denodo quando se é jovem e ao envelhecer buscar uma posição cômoda e segura para ver a vida seguindo seu curso.


Bom ainda bem que nem todos são assim.


Quando falamos em missões é comum pensarmos em jovens que são enviados a campos distantes e executam trabalhos árduos. Louvado seja o SENHOR por eles.


Mas, o fato é que muitos dos que melhor servem em missões já passaram dos 40 e dos 50. Sim, eles não estão mais no auge da força física. Alguns inclusive já carregam enfermidades da idade além das peculiares marcas do tempo.


Essas pessoas (Sim! Homens e mulheres!) Seguem em combate missionário mesmo quando amigos e familiares lhes recomendam que “já passaram da idade e devem buscar um lugar para sossegar!”


Por que fazem isso?


Quais motivos os levam a seguir se dispondo a ir a locais remotos, perigosos e sem estrutura para falar e conviver com pessoas que as vezes não conhecem e outras vezes nem os querem receber?


Atos 17:6 - E, não os achando, trouxeram Jasom e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui;


O que os leva a se exporem a cansaço, doenças, privações e até chacota e indiferença daqueles de quem deveriam receber o apoio?


II Coríntios 11:26 - Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;


Noites mal dormidas, viagens longas e desconfortáveis, alimentação muitas vezes precária e condições de trabalho muito abaixo do normalmente considerado como minimamente aceitável. Solidão.


I Coríntios 9:5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?


Salário? Muitos não recebem além de algumas parcas ofertas para se manter no ministério missionário.


Reconhecimento? Já ouvi muito “crente” chamando os missionários de pedintes ou de “turistas às custas da igreja”.


Fama? Com certeza não. Tem até pastor de igreja local que faz boicote contra missionários e não dá espaço para divulgar o trabalho deles.


O que leva esses homens e mulheres a se dedicarem a missões com 40, 50, 60 e até 70 anos de idade?


Eles moram em casa modestas (as vezes de aluguel e outras cedidas por familiares) que ficam em bairros periféricos e longe dos condomínios luxuosos de alguns líderes eclesiásticos. Muitos não têm carro e se tem seguramente não é um último modelo, mas um popular que “anda por que DEUS é bom!”


Não possuem confortáveis planos de aposentadoria e se tem um plano de saúde particular na maioria das vezes é um presente de um parente.


O que leva essas pessoas numa idade em que a maioria já pensa em aposentar-se ainda se dedicam a servir em missões?

A resposta é só uma. Eles querem continuar servindo o SENHOR com tudo que são e até que não possam mais prosseguir. E quando as forças enfim se esgotarem, partir para o lar eterno e desfrutar da eternidade com o Pai.


Eles foram alcançados ainda jovens (alguns não) de tal forma que não podem sequer imaginar suas vidas de outra forma. Servir o SENHOR. Esse é o lema de suas vidas e não querem outra forma de viver. É claro que os que coachings-gospel, os artistas-levitas-gospel, os burocratas denominacionais, os carreiristas e os acomodados que preenchem espaço nas reuniões cristãos não podem entender isso.


Eles, esse grupo que olha torto para os missionários, não têm capacidade para tal e não tem natureza que os leve a querer isso.


Isso é para aqueles que se renderam ao SENHOR quando confrontados com sua extrema pecaminosidade ao verem a Maravilhosa Graça e a resplandecente Glória, Santidade, Amor e Sabedoria do Cordeiro que se entregou pelos pecadores, venceu a morte, ressuscitou, subiu aos céus, está assentado à destra do Pai e logo irá regressar para buscar Sua Igreja e julgar a humanidade.


Desse encontro que os arrancou do império das trevas e os transportou para o maravilhoso Reino de amor do Senhor JESUS (Col 1.13) as marcas foram gravadas de modo indelével não só em suas mentes, mas nas suas vontades, intenções, sentimentos e até mesmo foi sendo marcado em seus corpos (Gálatas 6.17). Essas marcas pautam seu modo de viver e não há para eles outra opção que não seja servir em missões até o último alento.


Isso não é uma obrigação imposta contra suas vontades, é algo que fazem por amor e em amor. O amor os conquistou. O amor que procede do SENHOR e que os faz amar a DEUS e por esse amor os leva a anunciar o Evangelho e a mensagem do Reino a todos e a todo instante.


Tive a honra de andar com alguns desses gigantes. Aprender com eles e com alguns ficar lado a lado na trincheira.

Que mais deles irão surgir eu não tenho dúvida, pois sei que a próxima geração precisa de homens e mulheres como eles.

Enquanto escrevo estas páginas eu penso em seus rostos e nome. Aqueles que me discipularam (David Doonan e Michael Gardiner), os que dividi uma trincheira e tive a satisfação de servir junto (Jaime Choque, Andrés Machaca e Teofilo Choque) os que conheci na caminhada cristã (Oseias Ribeiro, Adiel Tolentino e Lenira Mapa). Tem muitos outros a maioria não tive o prazer de conhecer, mas terei tempo de saber o que o SENHOR fez através de cada um lá naquela “maravilhosa fogueira” na Santa Cidade. Sim eu sei que lá não haverá uma fogueira, mas é apenas uma forma de me referir a comunhão que teremos na eternidade.


Que cada um desses maravilhosos irmãos que servem em missões sigam sendo essas luzes que brilham em meio a apatia que grassa em muitos templos e comunidades que se declaram como cristãos.



Um fraterno e apertado amplexo.


Victor Hugo Ramallo, pastor

IB Missão Vida e PAI-Bolívia

03 de dezembro de 2020





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